5ª Edição - 2013

Cidadão - Crônica

Tema: O trânsito é de todos. Os pedestres também podem contribuir para um trânsito mais seguro. 

1º lugar - Ana Cláudia dos Santos Funicelli

2º lugar - Mirelle Papaleo Koelzer

3º lugar - Samira Moreno da Silva Santos


 

1º lugar - Ana Cláudia dos Santos Funicelli

Receita de Trânsito mais seguro para todos

 Sem dúvida, sou pedestre nata. Mamãe garante. Ela diz que, tão logo me equilibrei sobre minhas pernas e dei os primeiros passinhos pelo quarto, as caminhadas da filhinha pela casa começaram a tirar o seu sossego.

Mal sabia mamãe - e eu também - que era o início da carreira de uma quase peregrina paulistana. Vieram os percursos para a escola, os passeios pelos parques da cidade, o trajeto até o trabalho. Eu, as ruas e as calçadas nos tornamos íntimas amigas.

 Mas sempre aparece alguém disposto a estragar tudo, não é mesmo? Alguns veículos invejosos de vez em quando querem tirar nosso espaço. Às vezes, nem a faixa de pedestre escapa.

Só que a verdadeira amizade não se abala facilmente. Sigo firme pelas veredas da cidade, observando e obedecendo as sinalizações das vias públicas.

Para celebrar com minhas amigas e contribuir para um trânsito mais seguro, elaborei uma receita de bolo que todos podem preparar. Os ingredientes estão espalhados pelas ruas, é só juntar. Veja como é fácil.

Basta pegar uma porção de motoristas de ônibus, carros e caminhões e misturar com um punhado de motociclistas. Mexer até a massa da importância do trânsito mais seguro para todos endurecer. Acrescente um bocado de ciclistas conscientes e adicione o fermento, um preparado composto por doses de cidadania, respeito e dignidade. Por fim, uma generosa calda de pedestres para a cobertura e está pronto o bolo do trânsito mais seguro para todos nós.

Agora, é só servir pelas ruas da cidade e provar o sabor da atitude cidadã que devemos sentir para construirmos um trânsito melhor e mais seguro para todos.

Faltou o nome da receita. Que tal bolo da cidadania pela segurança no trânsito de São Paulo?


2º lugar - Mirelle Papaleo Koelzer

João: roqueiro, pedestre e cidadão

João tem 15 anos e é estudante. Adolescente cheio de conflitos, como a grande maioria dos jovens de sua idade, João é apaixonado por rock.

Ao completar 12 anos ganhou de seu pai uma guitarra e conheceu a banda que ainda hoje é a sua preferida: os Beatles.

A paixão pela banda fez João mudar seu próprio apelido: não queria mais ser chamado de Joãozinho, mas sim John, em homenagem ao seu Beatle preferido, John Lennon.

Todos os dias João acorda cedo (ainda que isso não lhe agrade nem um pouco) e caminha até o colégio, distante algumas quadras de sua casa.

No percurso, sempre ouve a mesma trilha sonora: as canções dos quatro rapazes.

Certo dia, indo para o colégio, João caminhava com o fone de ouvidos no último volume, e estava distraído quando atravessou a via fora da faixa de pedestres, sem perceber um carro que se aproximava com velocidade.

Tentando evitar o acidente, o veículo buzinou, mas João não ouviu por causa do alto volume da música. O motorista reduziu a velocidade e freou, porém não conseguiu evitar o atropelamento.

Por sorte, o garoto teve ferimentos leves e foi levado para casa, pois o médico havia lhe recomendado repouso.

Em casa, João deitou e adormeceu em pouco tempo. Já sonhando, o jovem recebeu a surpresa mais inesperada de todos os tempos: a visita de seus quatro ídolos do rock, os Beatles! João mal acreditou que eles estavam na sua casa, conversando e compartilhando muitas histórias.

Entre essas histórias, eles contaram que certa vez John Lennon também havia atravessado a rua desatento, e por muito pouco não se machucara.

Desse acontecimento surgiu a idéia para a foto mais consagrada da banda: a imagem dos quatro músicos atravessando a avenida Abbey Road em uma faixa de pedestres. Eles queriam levar ao mundo todo a importância de ser um pedestre consciente.

John Lennon, o Beatle preferido de João, advertiu ao garoto que um pedestre consciente é um pedestre sempre atento. Trânsito não combina com distração, assim como um acorde de uma música pode não combinar com outro. O músico lembrou que trânsito exige foco e atenção, e deve ser levado a sério. Fones de ouvido e celular, por mais divertidos ou necessários, devem ser utilizados em outros momentos.

Paul Mc Cartney, sempre muito simpático, aconselhou o garoto a prestar muita atenção nos semáforos, pois cada cor tem um tempo a ser respeitado, exatamente como cada batida em uma canção.

O Beatle Ringo proibiu João de atravessar a via sem olhar para os dois lados! Um bom músico tem que estar atento a tudo o que acontece ao seu redor, e um pedestre consciente não deve fazer diferente.

Por fim, o último Beatle, George, lembrou que assim como numa banda, João nunca está sozinho no trânsito, e para que tudo se saia bem, cada um deve cumprir o seu papel com responsabilidade. George ressaltou que todos nós fazemos parte do trânsito: o motorista, o pedestre, quem dirige e também quem caminha pelas ruas da cidade. Os trabalhadores apressados em direção aos seus locais de trabalho, os vendedores ambulantes, os artistas de rua, turistas, todos fazem parte do trânsito e devem respeitá-lo.

Depois de muitas horas de conversa, João acordou muito entusiasmado, e não acreditava que havia recebido essa visita tão especial. Imediatamente, o menino correu até o armário, revirou suas caixas e cd's, e colou na parede uma lembrança que lhe serviria de lição para o resto da vida: o famoso pôster dos Beatles e a faixa de pedestres. Depois daquele dia, João redobrou a atenção nas ruas, cumprindo seu papel de pedestre consciente. Já não atravessa vias fora da faixa de pedestres, fica atento a tudo o que acontece ao seu redor e até deixa o fone de ouvidos dentro da mochila.

Na escola, João se intitulou o "roqueiro cidadão", e sempre conta aos colegas sobre a visita que recebeu, compartilhando a lição aprendida:

"O trânsito é de todos. O pedestre também contribuir para um trânsito mais seguro."


 3º lugar - Samira Moreno da Silva Santos

Vamos fazer nossa parte, pois também fazemos parte

Não serei hipócrita dizendo que acordar cedo seja uma das minhas atividades favoritas, mas eu como a maioria das pessoas não tenho escolha. A vida em São Paulo começa cedo, para a maior parte da população, e é nesse momento em que as pessoas se encontram para uma batalha diária, de chegar a seu destino em segurança.

Algumas pessoas levam ao pé da letra e expressão "batalha", pois estão a todo momento na defensiva ou no ataque. Mas outras não.

-Bom dia!

É assim que começo meu dia, sendo recebida com um grande sorriso de quem sabe exercer bem sua função e faz a diferença como motorista de um coletivo. Parece banal, mas esse "bom dia" me dá ânimo para iniciar um novo dia. Quero retribuir a gentileza, cedo meu lugar para uma gestante, mesmo não sendo uma poltrona reservada, isso não faz diferença quando a segurança de uma nova vida está em jogo.

Começo a observar pequenas gentilezas que podem mudar a vida de alguém, e a janela do coletivo me mostra que existem muitas pessoas que se preocupam com o próximo. O motorista que cede passagem para um ciclista, está respeitando a fragilidade do mesmo em relação a seu automóvel. Mas, se engana que acha que um trânsito seguro é feito de bons motoristas. Sim, claro que também, mas ser bons pedestres é essencial para que este organismo vivo possa fluir com segurança. Percebo que às vezes a pressa ou até mesmo a desatenção pode ser fatal.

A vida está ali, nas ruas, acontecendo. E na correria do dia a dia, não percebemos que cada indivíduo é responsável pela segurança de todos, que sua atitude influi diretamente no coletivo, é assim que uma sociedade funciona.

Claro que esta janela também me mostra exemplos a não serem seguidos. Mas não quero ver. Acredito em um cidadão de primeiro mundo, na educação e no próximo como um ser humano que merece respeito e que vai me retribuir com o mesmo. É assim que se constrói uma sociedade e um trânsito seguro, com pequenas gentilezas e respeito. Eu contribuo fazendo minha parte, incentivo e acredito que todos farão a sua.

 Um pedestre quer atravessar a avenida, olha para os lados e procura a faixa.

 -Isso! Faça a coisa certa.

Penso eu, cá com meus botões. Vamos fazer nossa parte, pois também fazemos parte deste ciclo.

Afinal, o trânsito é de todos.


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